Uma experiência de escotismo fora de nosso país.

No final de 2018, recebemos a notícia de que dois jovens do São Gaspar, uma escotista, a Julia de Melo e um sênior/pioneiro, o Gabriel Apolinário iriam integrar a equipe de voluntários do Scout Adventures, no Reino Unido.

Foi um momento de grande alegria para todos do Grupo São Gaspar, ter nomes tão proeminentes do nosso escotismo aprendendo e ajudando de forma tão ativa em outro país nos encheu de orgulho e sensação de trabalho bem feito.

Mas afinal o que é o Scout Adventures? Trata-se de uma rede com doze centros de aventura ao ar livre em todo o Reino Unido, onde escoteiros e grupos escolares, podem ir para ter uma experiência de mudança de vida, se divertir, se aventurar ao ar livre e aprender novas habilidades. Para isso, o Scout Adventures, utiliza-se de voluntários do mundo todo, só para se ter uma ideia, em 2019, receberam cerca de 140 voluntários de mais de 30 países, incluindo Argentina, Nova Zelândia, Brasil, Argélia, Gana, México, África do Sul, Guatemala, Espanha, Coréia do Sul e Reino Unido.

Mas hoje, após seu retorno ao Brasil, gostaríamos de saber mais como foi esta experiência, para isso, resolvemos entrevistar o agora chefe Gabriel Apolinário para conhecer mais sobre esta aventura.

1 – De onde veio a inspiração que levou você a se voluntariar para trabalhar com a Scout Adventures? Alguém lhe ajudou?

Começando sempre com a vontade de ajudar o próximo, como sempre foi ensinado no escotismo. Conheci a Scout Adventures através do instagram de um amigo que conheci em 2016 na Aventura Nacional Sênior (ANS), Victor Romanelli. O interessante é que nos conhecemos na fila da janta do evento, adoro essas coincidências que o movimento escoteiro nos traz.

O Victor estava postando fotos da base que trabalhava como voluntário e eu me interessei, mandei mensagem para ele e, com isso, ele me explicou. Além de muita pesquisa, o Victor foi uma grande ajuda.

2 – Como foi quando você recebeu a resposta positiva? E a preparação para ir para o Reino Unido?

O processo para se inscrever é meio grande, vários documentos, questionários e, quando passa nessa fase, tem a entrevista por videoconferência (a parte que mais me deixou nervoso).

Mas no fim deu tudo certo. Lembro que recebi o e-mail de aceitação no voluntariado bem no meio de um jogo do Brasil na copa de 2018. Eu não sou muito fã de futebol, então não estava assistindo, mas meus pais estavam. Na hora que eu fui contar teve um gol do Brasil e eles não ligaram para o que eu tinha acabado de falar, mas foi bem engraçado quando eles se tocaram que eu tinha passado.

A preparação começou desde então. Fazer passaporte, comprar roupas mais quentes, pois, cheguei lá bem no inverno, viajar para fazer o visto, procurar passagem barata, mas tudo foi bem divertido. Claro que também fui entrando em contato com pessoas que já tinha viajado e/ou morado fora do país para receber algumas dicas.

3 – Como era o dia-a-dia lá? E o que mais gostou e aprendeu?

Eu fiquei na base chamada Great Tower Scout Camp, em Windermere, Lake District. Resumindo: no meio de um floresta enorme (risos). A base era enorme e o contato com a natureza incrível. Tanto que da janela de casa a gente via coelhos, veados e algumas vezes, com muita sorte, raposas. Era sensacional.

Além disso, realizar atividades para as crianças foi uma experiência que mudou minha vida. Ver o sorriso no rosto dos pequenos e saber que eles vão lembrar de você o resto da vida, pois, você enviou eles a fazer coisas divertidas como: arco e flecha, navegar de caiaque, vela, andar de canoa, fazer arvorismo, escalada, entre muitas outras atividades. Sim, esse era meu trabalho todo dia (risos) aplicar essas atividades incríveis.

O melhor de tudo foi a convivência com os demais voluntários do mundo inteiro. Vivendo na mesma casa e conhecendo as demais culturas, além da britânica.

4 – Quais eram as maiores dificuldades desse ano que passou por lá?

O mais difícil no começo era entender um pouco da língua. Por mais que tinha feito aulas de inglês durante quase sete anos aqui no Brasil, estar em um país onde o inglês é a língua nativa, é bem diferente. Mas isso, em duas semanas se resolveu, era só uma questão de acostumar.

Outra dificuldade era o clima, muito chuvoso. Então quase todos os dias a gente tinha que fazer qualquer tipo de atividade embaixo de chuva, mesmo elas sendo na água. Dava muito mais trabalho, mais frio. Mas, no fim, valia a pena ver as crianças felizes e se divertindo.

Fora isso não teve muitas dificuldades, graças ao escotismo que me ensinou a fazer várias coisas (como cozinhar) e a convivência em grupo, que lá era essencial.

5 – Fez muitos amigos? Acredita que é uma experiência boa no escotismo?

Demaaaais. Voluntários da minha base, de outra base, pessoas que conheci em viagens que eu fiz, etc. Amizades foi o que não faltou (risos). Claro que é diferente viver com outras pessoas na mesma casa, porém, éramos praticamente uma família, nos dávamos muito bem e quase não havia desavenças, até porque a gente passava 24h juntos (em casa e no trabalho).

É uma ótima experiência no escotismo, mas ainda melhor de vida. Creio que faz toda diferença.

6 – Que dicas você dá para quem quiser tentar ser um voluntário do Scout Adventures?

Pesquisar e ir atrás, como tudo na vida. Não tem como ir se realmente não tiver vontade. A parte do inglês é tranquila se você já tem um conhecimento básico. Eles abrem dois períodos de inscrição por ano, aconselho ficar de olho e quando abrir tentar se inscrever na primeira semana. Assim, tem mais chance de você conseguir ficar na base que quer (com pesquisa prévia você conhece as bases). No mais, me disponibilizo a ajudar.

Saiba mais sobre o Scout Adventures no site www.scoutadventures.org.uk/volunteer

Sempre Alerta!

Por Junior Castro Bieger – Diretor de Comunicação G.E. São Gaspar Bertoni – 124/PR

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