Hoje estreamos nossa nova série do site onde vamos conhecer mais da história e curiosidades do escotismo mundial. Em nossa primeira matéria, vamos entender por que o machado no tronco é reconhecido como um símbolo do Parque de Gilwell. Vamos lá?
Você conhece ou já ouviu falar em Parque de Gilwell? Não? Pois saiba que o “Gilwell Park” é um local de acampamento e centro de atividades para grupos escoteiros, bem como um local para treinamento e centro de conferência para chefes escoteiros. O parque possuí 44 hectares e está localizado em Sewardstonebury, Epping Forest, perto de Chingford, Londres.
No fim da Idade Média o parque era uma área agrícola que caiu em ruínas em 1900. Ele foi comprado em 1919 pelo comissário escoteiro William de Bois Maclaren que a doou para a Associação Escoteira do Reino Unido para fornecer campismo para os escoteiros de Londres e formação de Escotistas. Chefes escoteiros de todos os países do mundo vêm ao Gilwell Park para o curso da Insígnia da Madeira. O local também é referência histórica do Movimento Escoteiro Mundial.
O símbolo do parque é o “machado no tronco” e sua origem está diretamente relacionada com as atividades do acampamento. Esta referência data da década de 1920. Segundo Ken Stevens, ex-comissário executivo-chefe da Associação Britânica de Escoteiros, e amigo próximo de Don Potter, que esteve em Gilwell Park desde o seu início como comissário, o uso do machado no tronco foi originado quando Francis Gidney, que foi nomeado o primeiro chefe de Gilwell Park em maio de 1919, procurava um logotipo especial para o local e que fosse diferente do da sede central dos escoteiros.
O parque de Gilwell sempre foi parte da sede central, mas era bem diferente e muito mais associado ao ar livre e às artes da floresta, um aspecto diferente do comercial próprio da sede Central. Daí, Gidney adotou o machado no tronco para usá-lo corno símbolo no adestramento dos escoteiros e em publicações de correspondência e documentos do Parque de Gilwell.
Don Potter observou que no parque havia uma grande quantidade de atividades práticas durante os cursos ministrados por Gidney e os machados eram tão notórios quanto as panelas. Colocava-se grande ênfase na segurança no manejo das ferramentas, entre elas o machado, e sempre se esperava que os gumes dos machados estivessem cobertos e protegidos, espetando a lâmina em um tronco de madeira. Isso fez com que se observassem machados devidamente cravados em troncos em toda a área do parque.
Francis Gidney as visualizou como um símbolo ideal para denotar tudo o que os cursos de adestramento significavam. Ele foi o chefe do primeiro curso da Insígnia da Madeira em 1919. Era reconhecido por suas exibições de lançamento de machado e seus cursos de adestramento no uso da ferramenta. Também foi o criador do lenço do Gilwell com o Tartan MacLaren.
Ainda há alguns estudiosos da simbologia que associam o símbolo do “machado no tronco” ao feudalismo após a invasão e conquista da Inglaterra por Guilherme o Conquistador. Nessa época, as propriedades, incluindo as florestas, eram propriedade dos barões latifundiários e dos cavalheiros. Os servos, associados à terra em forma de escravidão modificada, foram proibidos de cortar madeira das árvores na floresta e só eram permitidos recolher a madeira caída no chão. Um homem livre que carregava um machado na floresta de um nobre demonstrava que tinha ganho o direito através do serviço. O machado representava trabalhadores qualificados que haviam demonstrado o seu valor pelo serviço. Daí que o “machado no tronco” passa a lembrar daqueles que completaram o Curso da Insígnia da Madeira e que se comprometeram a ser um exemplo de serviço e fidelidade.
Agradecemos ao chefe Ranieri Krambeck, o Baloo da Wangunga pela inspiração a nova série de matérias do site.
Sempre Alerta!
Por Junior Castro Bieger – Diretor de Comunicação G.E. São Gaspar Bertoni – 124/PR
Informações obtidas da revista Leader Lore. De 46 de outubro de 1994 e da publicação Scouting Personalities. Johnny Walker’s Scouting Milestones.